terça-feira, dezembro 25, 2007

 

Uma bela história

Adaptação de Pedro Coimbra
Era uma bela noite tropical e astros reluziam no céu, cortejando a Lua.
A mesa para a ceia de Natal estava preparada e Vovô Dudu estava sentado no sofá vendo as brincadeiras de pega-pega dos netos João e Julia.
Ao ver que haviam terminado de arranjar os pratos da Ceia de Natal desligou a televisão e disse as crianças e adultos que formassem uma roda e sentassem ao seu lado.
- Vou contar-lhes uma bela história – falou enquanto todos se acomodavam ao seu lado.
-Era uma vez... – disse Vovô Dudu - ...há muitos anos atrás, num lugar muito longe daqui, chamado Galiléia, uma pequena aldeia denominada Nazaré, situada entre dois montes. Seus habitantes viviam no trabalho dos campos e das artes da carpintaria.
Foi ali que um espírito de luz apareceu para uma jovem chamada Maria, durante seus sonhos.
- És bendita por Deus! – ele lhe disse.
Maria assustou e a visão continuou a falar, anunciando que trazia uma mensagem de salvação e que ela seria mãe de um filho, filho de Deus.
Como serva do Senhor, Maria aceitou a palavra de Deus que lhe fora anunciada.
Seu marido, o carpinteiro José, estranhou aquele acontecimento e deixou-se tomar pela incerteza, até que em sonhos também recebeu a revelação através de um espírito, que lhe disse:
- José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo.
Foi então que naqueles dias foi publicado um decreto de César Augusto, convocando toda a população do Império Romano para recensear-se, cada um em sua própria cidade.
José e Maria partiram da Galiléia, da cidade de Nazaré, rumo a Judéia, onde ficava a cidade de Davi, chamada Belém, a fim de alistar-se.
Ouçamos Maria:
- E foi assim que, meu marido José tomou-me e levou-me para Belém na Judéia, porque somos de lá. Não havia acomodações para todas as pessoas. Era inverno, fazia muito frio e as pessoas que chegavam andavam perdidas por todos os cantos, procurando um teto onde se abrigar. José, meu marido, conversou com pastores que apascentavam seus rebanhos nos limites de Belém, perto da cidade, e conseguiu sua autorização para que eu desse a luz no estábulo. Os pastores encheram-se de compaixão e espalharam palha seca, para que eu e a criança que ia nascer tivéssemos calor.
Deus e os amigos espirituais socorreram Maria e José, lançando fachos de luar e de estrelas em suas cabeças para que os consolassem.
Naquela noite, cercados de pastores cansados de seu trabalho e de animais do campo, Maria e José sentiram seus corações acalmarem-se, pois tinham medo, pois não passavam de pessoas comuns.
Mas parecia-lhes que céu abrira-se em glórias infinitas e que sentimentos de boa vontade derramavam-se por toda a terra e pelos homens, com o nascimento de seu filho.
José tomou o recém-nascido em suas mãos calejadas e cobriu-o com uma manta de crina de cavalo trazida por um dos pastores.
Toda a animália, carneiros, vacas e outros pequenos animais foram se aproximando, como se pretendessem transmitir calor para o menino que nascia, afastando o frio intenso.
Então vieram os pastores e saudaram Maria, José e o Menino Jesus que nascera. Trouxeram também pão, leite e mel, e diziam:
- A paz seja convosco, porque nunca vimos uma noite com tanto brilho.
Logo após o nascimento do Menino Jesus vieram os magos do Oriente, guiados por uma estrela fulgente a visitá-lo.
Chamavam-se Melchior, Baltazar e Gaspar e trouxeram para presentear o Menino Jesus, ouro, incenso e mirra.
Primeiro estiveram em Jerusalém e a todos perguntavam onde estava o recém-nascido Rei dos Judeus.
E diziam ter visto sua estrela no Oriente e haviam vindo adorá-lo.
Ouvindo estes boatos e depois deles mesmos lhe dizer que uma grande estrela lhes anunciava o nascimento do Menino Jesus, alarmou-se o Rei Herodes.
O rei convocou os principais sacerdotes e escribas e indagou-os onde o Cristo iria nascer.
Todos responderam que em Belém da Judéia, porque assim disseram os profetas nas escrituras.
O rei Herodes havia chamado secretamente os Reis Magos e pedira-lhes que informassem com precisão quanto ao tempo que a estrela aparecera.
E dissera-lhes:
- Ide a Belém e informai-vos cuidadosamente a respeito do menino. E quando o encontrarem, avisai-me para que eu também vá adorá-lo.
Foi então que lhes apareceu um espírito de luz que lhes disse para não voltarem por Jerusalém, para não se encontrarem com o Rei Herodes.
E eles retornaram por outro caminho.
Logo que os Reis Magos partiram, apareceu um espírito enviado pelo Senhor a José, em sonhos, e lhe disse:
- Levanta-te, toma o menino e Maria, sua mãe, foge para o Egito e permanece lá até que te avise, porque o Rei Herodes há de procurar o menino para matá-lo.
Ao se levantar, José montou Maria e o Menino Jesus em um burrico, e partiu para o Egito, permanecendo lá até a morte do Rei Herodes.
O Rei Herodes vendo-se enganado pelos Reis Magos enfureceu-se e determinou que fossem mortos todos os meninos de Belém e seus arredores, que contassem menos de dois anos de idade.
Vovô Dudu terminou sua história e olhou as crianças e os adultos.
- Esta é a verdadeira história da natividade de Menino Jesus. Lições preciosas de humildade que nem um pouco se parecem com as comemorações consumistas do Natal.
Ouviu-se o toque metálico da campainha e João correu para atender a porta.
Eram pessoas andrajosas, pedindo uma ajuda: um homem, uma mulher e uma criança de colo.
João, muito emocionado, foi até a mesa da ceia e passou a colocar comida em um prato de papelão. Debaixo do olhar espantado de seus pais disse para o Vovô Dudu:
- Podem muito bem ser José, Maria e o Menino Jesus batendo a porta de nossa casa...
Fonte: Evangelho Segundo Mateus
Evangelho Segundo Lucas
Dicionário Enciclopédico da Bíblia
“O Nazareno” de Sholen Asch

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